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sexta-feira, 15 de maio de 2015

Livros Que Lí em 2015: Cangaceiros e Fanáticos (Gênese e Lutas), de Rui Facó

Escrito pelo jornalista comunista Rui Facó, o livro Cangaceiros e Fanáticos foi escrito no início dos anos 60 e traz uma análise minunciosa das lutas sociais no Nordeste do país durante a Primeira República e início do Estado Novo.

Para Facó, os movimentos socias e populares no nordeste poderiam ser explicados pela estrutura latifundiaria que sufocava os pobres do campo. Por isso, tanto os movimentos messiânicos (Canudos, A atuação do Padre Cícero, a Revolta de Caldeirão e a Revolta de Pau de Colher), quanto os movimentos socio-culturais (o Cangaço) são oriundus diretos dos monopólios da terra, e da estrutura semi-feudal no nordeste brasileiro.

A Luta de Classe está presente nessa interpretação. De um lado, os Senhores das Terras, latifundiários, que detem o poder político, econômico, em suma, que detem os Modos e os Meios de produção; do outro os Sem-terra, os pobres camponeses,  os explorados, que na ausência de oportunidades, seguem o(s) messias e os virgulinos, coriscos, ….

Outros elementos também contribuem nessa tentativa de entender o fenômeno do cangaço e do fanatismo: a seca, a pobreza e a violência dos sertões. “ Enquanto em face de todo um sistema de exploração e opressão, entre as diferentes reações das massas rurais despossuídas, o cangaço é desde o início um elemento ativo, o misticismo surge como um elemento passivo”.

O livro é um ensaio primoroso sobre esses acontecimentos históricos que mostram o quanto nosso  povo busca lutar por melhorias de vida e de condições sociais, seja em Canudos, Juazeiro, Caldeirão, ou nas caatingas sertanejas nordeste adentro!

Por Robenilton Pinto Carneiro

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