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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Os “Rachas” nos Grupos Políticos de Coité

 

É notório que em Conceição do Coité existem duas forças políticas que disputam a preferência do eleitorado a cada eleição: os Vermelhos, comandado pela força política neo-coronelista de Hamilton Rios, e o PT, que nos últimos 10 anos conquistou a simpatia dos Azuis, e juntos combatem o grupo que há décadas governa o município.

No entanto, nos últimos meses boatos surgem que tanto no grupo dos Vermelhos quanto no PT, está havendo uma disputa de poder entre as lideranças que muitos consideram o embrião de um possível racha em um futuro próximo.

No grupo dos Vermelhos essa desconfiança é antiga. Ela se tornou mais concreta na eleição de 2004 quando Hamilton Rios insistia em tentar a reeleição de seu filho, Wellingon Passos de Araújo, conhecido como Tom. O governo de Tom foi marcado, principalmente pela impopularidade do prefeito, que quase não era visto no município (ele se dedicava aos estudos na Capital) e que lhe rendeu o epíteto de prefeito Lombardi (ninguém via o rosto dele pelas ruas). Nas eleições de 2004, Hamilton Rios insistia em mantê-lo no poder, mesmo com a rejeição do próprio eleitorado que tinha votado no ano 2000. Em cima da hora, Everton Rios de Araújo, o popular Vertinho foi lançado como candidato do grupo, vencendo o pleito.

Acontece que durante o mandato de Vertinho (2005-2008), Hamilton Rios não teve a influencia desejada na hora de repartir cargos, nomear funcionários comissionados, e indicar obras para serem executadas. Insatisfeito, Mitinho não apoiaria a reeleição de Vertinho em 2008, ainda insistindo em Tom. Como Tom ainda carecia de simpatia do eleitorado, foi preciso achar um candidato de consenso, que tanto agradasse tanto a Vertinho quanto Hamilton Rios. Esse nome era o do secretário de agricultura Renato Souza.

O consenso na campanha política de 2008 não é visto agora nesse segundo ano de governo do prefeito Renato. Dentro de seu próprio grupo, ele está sendo criticado e bombardeado. Quando a crítica vem de pessoas que votaram nele, e são eleitores comuns tudo bem. Porém, quando vem de lideranças do seu próprio grupo, e ainda proferidas publicamente, é por que a situação parece complicada. Ultimamente, Marcelo Passos (filho de Hamilton Rios) e Deraldo Ramos (Vice-Prefeito) fizeram críticas ao estilo político de Renato Souza em entrevistas ao Jornal Correio do Mês e ao site Calila Notícias, respectivamente.

Hoje, percebe-se claramente que o grupo dos vermelhos está subdividido em 04 zonas de influencia, relacionados respectivamente com suas lideranças: Deraldo e o peso político dos Ramos; Vertinho e seus fiéis seguidores; Renato Souza com a máquina administrativa; e Hamilton Rios, que deixa seus filhos, Marcelo e Tom, tomarem a dianteira no processo.

Dentro de um grupo político grande, é normal que as lideranças cresçam e que influenciem nas decisões dos pleitos eleitorais.

Do lado do PT, que aparentemente herdou a herança política dos azuis, a situação também é parecida com a dos vermelhos. Hoje, o grande nome do partido para um pleito eleitoral municipal é Francisco de Assis, ou Assis da Caixa. Ainda assim, outras lideranças têm aumentado o poder político no partido.

Por exemplo, Urbano do sindicato dos trabalhadores rurais, tentou colocar uma pessoa (Gil Reis) ligada a ele na presidência do Partido ano passado de olho na eleição estadual desse ano. No entanto, Assis foi eleito para presidência do Partido.

Outros nomes muito influentes são os vereadores Betão e Danilo. Betão e Danilo tem feito um mandato parlamentar exemplar fiscalizando o governo municipal, e principalmente buscando obras, projetos e serviços junto ao Governo Estadual, que é do PT.

Ainda que Assis seja o candidato natural do PT para o pleito de 2012, sobretudo pelo histórico de lutas no Partido, e alicerçado na última campanha eleitoral na qual recebeu mais de 15.000 mil votos, há rumores que Betão pode ser um possível candidato ao governo municipal.

Mas volto a repetir que esse processo de divisão nos grupos políticos é absolutamente normal. Quando um grupo cresce, cresce o número de lideranças que querem influenciar nas ações políticas da qual está inserido.

Para corroborar essa tendência de divisão política basta olhar a campanha eleitoral de 2010, no âmbito estadual:

  • Grupo dos Vermelhos: estão divididos no apoio aos deputados estaduais e federais, e também ao Governo. O grupo de Renato declara voto em Wagner (Governador), Tom (estadual) e Leão (federal). O grupo de Deraldo não vota em Tom, e apóia Edson Pimenta (federal). Vertinho vota em Paulo Souto (Governador) e deve apoiar Tom, ainda que pessoas ligadas a ele tenham me dito que não (esperar pra ver). Hamilton Rios apóia o Carlismo que ainda resta no DEM: Paulo Souto, José Ronaldo e Aleluia (Senadores) Fábio Souto (Federal) e é claro, o filho Tom.
  • PT: também está muito dividido, mas nesse caso apenas em relação aos deputados federais e estaduais, pois todos estão com Wagner para governador, e Pinheiro e Lídice para o Senado. Assis apóia Emiliano (federal) e Urbano (estadual). Já Urbano e o pessoal do sindicato estão, obviamente com o próprio Urbano (estadual) e com Zé Paulo ( federal). Betão e Danilo estão com Zé Neto (estadual) e Afonso (federal). Xanddy do Revolution está apoiando Yulo (estadual) e Luis Alberto (federal). E Gil Reis, que teve a candidatura à presidência do Partido apoiada por Urbano, em 2009, apóia Júlio Rocha (estadual) e Zezéu (federal).

Como foi visto acima, o mosaico de candidatos apoiados por lideranças dos grupos políticos é enorme. Fico pensando, não seria melhor que os grupos apoiassem um nome apenas para cada cargo específico? Até na hora de cobrar melhorias e obras para o município, o grupo teria know how para exigir tais melhorias.

 

Obs.: não coloquei nesse artigo o PMDB de Coité, que tem Alex e Dr. Robson na liderança, pois o grupo ainda é pequeno, e está se estruturando, e no que se refere aos apoios para a Eleição 2010, parece mais homogêneo que os Vermelhos e o PT.

 

Por Robenilton Carneiro

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O Sermão da Montanha (*versão para educadores*)


Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.

Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.

Tomando a palavra, disse-lhes:
- "Em verdade, em verdade vos digo: Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque eles..."

Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
- É pra copiar no caderno?
Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?
João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?
Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?
Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.
Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!
Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos? Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?
Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?
Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da Provinha Brasil, da Prova Brasil e demais testes e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto. E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é professor efetivo...
Jesus deu um suspiro profundo, pensou em ir à sinagoga e pedir aposentadoria proporcional aos trinta e três anos. Mas, tendo em vista o fator previdenciário e a regra dos 95, desistiu. Pensou em pegar um empréstimo consignado com Zaqueu, voltar pra Nazaré e montar uma padaria...

Mas olhou de novo a multidão. Eram como ovelhas sem pastor... Seu coração de educador se enterneceu e Ele continuou...

Autor Desconhecido

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Li e Recomendo

 

Quando comprei o Livro Os Caminhos de Mandela: lições de vida, amor e coragem (Editora Globo), imaginei que teria uma biografia histórica do grande líder na nação sul-africana. O livro escrito por Richard Stengel, editor da revista Time, não é uma biografia histórica, pois não esmiúça a vida de Madiba como imaginava. No entanto, a forma como foi escrito, traçando um panorama sobre a vida de Mandela, extraindo lições de sua vida, me surpreendeu.

O livro é recheado de preciosas lições que pode ser útil em nosso dia dia. Mandela é um personagem grandioso na História do século XX e XXI. Sua vida inspira multidões. Quando criança, foi “adotado” por uma tribo real africana. Estudou, na adolescência, em um colégio Inglês, e na juventude na Faculdade de Direito, e se enviesou pela luta por igualdade em um sociedade racista. Líder do CNA (Congresso Nacional Africano), foi preso. Passou 27 anos na prisão! Lendo o livro, ficava imaginando o que era viver 27 anos em uma prisão. Mês passado completei 27 anos de vida. Exatamente o número de anos que Mandela viveu preso. A questão que mais me fascinou na biografia de Madiba, foi exatamente sua transformação pelos longos anos na cadeia. Ele saiu de lá muito melhor do que entrou. Mais líder, mais político, mais ponderado, mais humano!. Ele podia ter incitado seus compatriotas à guerra civil, mais preferiu estender a mão aos opositores e lutar por igualdade. Por esse gesto, ganhou o Nobel da Paz. De toda essa trajetória, Stengel extai lições preciosas que nos ensinam a sermos mais humanos.

Em tempo: No encerramento da Copa do Mundo (11 de Julho) Mandela desfilou sua elegância. Uma semana depois, completou 92 anos de vida! Viva Mandela!

Sobre Política e Aranhas, texto de Flávia Amâncio

 

Estava pensando sobre política. E depois de algumas reflexões, cheguei a conclusão que o "fazer" política é parecido ao processo das aranhas em "fazer" a teia. E depois, pesquisando sobre como as aranhas constroem suas teias percebi que existe uma tipo de aranha que caracteriza a política atual é a viúva-negra. Ela produz um tipo de teia com desenhos irregulares, difíceis de se identificar. Totalmente individualizada. Não se parece geometricamente com uma construção. Exatamente como na política atual. Não estamos constríndo nada para o coletivo. Cada construção da teia política é pensando na projeção política teiológica de cada um. Existem algumas raras, raríssimas exceções.

Bem, temos outro tipo bem conhecida, a chamada aranha carangueijeira, produz a teia densa e no chão que serve como esconderijo. Todas tem um objetivo, prender suas presas, morar nelas e ter um ninho nupcial. Há algo na política que passa por esse processo, primeiro você tem um processo de encantamento, enamorarmento, passa a “fazer” a política por ideologia, utopia, sonhos, bem coletivo, lutar pelos menos favorecidos, pela poesia da política, depois alguns começam a morar nessas teias, começam a gostar, percebe que muitos sonhos são irreais nessa empreitada. O que vale mesmo é a negociação, é jogar o jogo que rola, e aí começa a fazer o processo de mumificação das ideologias e tudo o que regia a política ideológica, o bem comum. E passamos agora para já o processo de identificação com os que antes não fazim parte da nossa teia porque temos que fazer parte do processo. Temos que operacionalizar. Então vamos tecer como as viúvas-negras. Traficar influência, negociar postos de trabalhos, favorecer possíveis cabos eleitorais, e muitas ferramentas operacionais que antes não constavam em nosso “modus operandi”.

Por fim, as coitadas das aranhas e suas teias devem está tristes agora pelo fato da comparação.

Quem foi o Verdadeiro culpado pela eliminação do Brasil na Copa?

O culpado foi o técnico Dunga, pois era muito agressivo com a imprensa, inclusive peitando a Rede Globo de Televisão. O culpado foi o desmiolado do Felipe Melo, pois todos já sabíamos que ele tem um parafuso a menos, e que mais cedo, ou mais tarde, iria mostrar o que ele realmente sabe: dar bordoada. O culpado foi Kaká, que mesmo sendo um craque de bola, estava machucado, e mesmo assim foi a copa jogar no sacrifício. O culpado foi Robinho, que não deu as pedaladas necessárias para ultrapassar os adversários e fazer os gols. O culpado foi o Galvão Bueno, pelas pérolas proferidas nas narrações do jogo, que incomodavam os jogadores dentro de campo. O culpado foi a não convocação de Ronaldinho Gaúcho, Ganso e Neymar, que se estivessem em campo resolveria o problema. O culpado foi ... blá-blá-blá.

Todos esses argumentos foram, estão sendo e serão discutidos e publicados nos meios de comunicação durante alguns meses. Muitos com certa coerência, outros exagerados, todavia, nenhum respondeu ao questionamento de quem foi o verdadeiro culpado pela eliminação do Brasil na Copa.

O verdadeiro culpado foi o Futebol! Só esse esporte, proporciona essas surpresas. Em nenhum outro esporte, uma equipe considerada superior perde jogos com tanta freqüência como no Futebol. Nem basquete, nem vôlei, nem qualquer outro esporte coletivo, permite que equipes menores vençam as maiores. Por isso, o Futebol é o esporte mais praticado do planeta. Por isso, o Futebol encanta tanto, inclusive ao ponto de ter mais audiência do que as Olimpíadas.

Evidentemente, os programas de televisão , especialmente os esportivos, precisam de “pauta” para tomar o tempo da programação, e por isso passam horas e horas debatendo essas questões. Mas na verdade, é a própria prática esportiva do futebol que proporciona essas decepçõese surpresas. No futebol, nem sempre dá a lógica.