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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Filmes que Assisti em 2012: Meia-Noite em Paris

Texto publicado originalmente em : http://br.reuters.com/article/entertainmentNews/idBRSPE81Q01R20120227

Oscar de Melhor Roteiro Original fica com "Meia-Noite em Paris"

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012 02:23 BRT

27 Fev (Reuters) - O Oscar de Melhor Roteiro Original, anunciado pela atriz Angelina Jolie, ficou com "Meia-Noite em Paris", de Woody Allen, que não compareceu à principal festa do cinema mundial em Los Angeles, nos Estados Unidos.

Recorrendo mais uma vez à magia que inspirou alguns de seus melhores roteiros, um nostálgico Woody Allen faz uma viagem no tempo rumo aos inquietos anos 1920 na França.

Durante uma viagem a Paris com sua noiva Inez (Rachel Adams) e os pais dela, John e Helen, o roteirista frustrado Gil Pendler (Owen Wilson), cujo sonho é trocar Hollywood pela literatura, se questiona sobre os rumos de sua vida e descobre por acaso uma porta fantástica no tempo que lhe permite trocar ideias com uma lista invejável de alguns dos maiores artistas da história.

Entre os ilustres estão Scott e Zelda Fitzgerald (Tom Hiddleston e Alison Pill), Ernest Hemingway (Corey Stoll), Gertrude Stein (uma impagável Kathy Bates), Pablo Picasso (Marcial Di Fonzo Bo), Henri Matisse (Yves-Antoine Spoto) e Salvador Dalí (uma breve e inspirada participação de Adrien Brody).

É numa personagem fictícia, no entanto, Adriana (Marion Cotillard), musa de Picasso, que o filme sintetiza a fantasia romântica que abala Gil mais profundamente, levando-o a reavaliar seu noivado com Inez, a quem cabe, o tempo todo, a função de desmancha-prazeres do noivo sonhador.

O filme percorre os principais pontos de Paris e tem a participação, inclusive, da primeira-dama francesa, a atriz e cantora Carla Bruni.

Allen ficou conhecido por fazer de Nova York uma personagem de seus filmes, mas tem viajado mundo e escolhido diferentes cidades como cenários de suas obras, como Londres, Barcelona e Roma. O diretor também recebeu o Globo de Ouro pelo roteiro de "Meia-noite em Paris" neste ano.

Entre alguns dos principais filmes dirigidos por Allen estão "Vicky Cristina Barcelona", "Ponto Final - Match Point", "Hannah e Suas Irmãs", "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" e a "A Rosa Púrpura do Cairo".

Concorriam com "Meia-Noite em Paris" os filmes "O Artista", "Missão Madrinha de Casamento", "Margin Call - O Dia Antes do Fim" e "A Separação".

Por Robenilton Carneiro

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Greve Nacional da Educação: 14,15 e 16 de Março/2012

O nobre Governador da Bahia, Sr. Jacques Wagner é contra o piso.

Vamos mostrar pra ele nossa força.

E também os prefeitos que não valorizam a educação.

Agora um lembrete: precisamos ir as ruas pra mostrar o que reivindicamos e queremos para a nossa categoria. Ficar em casa não vale!!!

Vamos à luta!!!!!

Tem alguns Governadores e Prefeitos conspirando contra a Lei do Piso.

O nosso governador da Bahia bem que poderia estar nessa charge!!!

Por Robenilton Carneiro

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Homenagem: 47 anos do assassinato de Malcolm X (21 de fevereiro de 1965)

Resumo biográfico retirado de : http://educacao.uol.com.br/biografias/malcolm-x.jhtm

Malcolm X

A tragédia sempre foi uma constante na vida de Malcolm Little, que passou para a história como um dos grandes líderes dos negros norte-americanos com o nome de Malcolm X. Quando tinha apenas seis anos e brincava pelas ruas de Omaha, o seu pai, Earl Little, foi assassinado. Após sofrer um brutal espancamento, Earl Little teve o seu corpo atirado em uma linha de trem. Órgão (na época sua mãe fazia tratamento em um hospital psiquiátrico), Malcolm e seus sete irmãos foram morar em orfanatos. Pouco tempo depois, com uma irmã mais velha, foi morar em Boston. Depois, transferiu-se para o Harlem, bairro de maioria negra em Nova Iorque.


Na adolescência, trabalhou como engraxate e começou a beber, a fumar e a comercializar drogas, principalmente maconha, além de freqüentar casas de prostituição. Escapou do serviço militar fingindo-se de "louco". Na mesma época, começou a praticar pequenos assaltos no Harlem. Com mais três amigos, todos muito pobres, passou a assaltar residências, até que acabou sendo preso, em 1946. Foi justamente na prisão que ocorreu uma grande transformação na vida de Malcolm X. De assaltante e vendedor de drogas, passou a estudar o islamismo, seguindo os ensinamentos de Elijah Muhammed, líder da "Nação do Islã". Ao sair da cadeia, em 1952, Malcolm X transformou-se em um dos mais carismáticos líderes negros dos Estados Unidos.


Enquanto Martin Luther King apostava em uma resistência pacífica como arma para enfrentar o racismo, Malcolm X defendia a separação das raças, a independência econômica e a criação de um Estado autônomo para os negros. Ao lado de Elijah Muhammed, viaja pelos principais estados norte-americanos para pregar as suas idéias e defender a libertação dos negros.
O projeto não foi à frente, mas deu ainda mais fama ao ativista. Em 1964, já casado fundou a organização "Muslim Mosque Inc" e, mais tarde, a "Afro-American Unity". Um ano antes, após uma viagem para Meca, cidade sagrada dos muçulmanos, mudou o seu nome para Al Hajj Malik Al-Habazz. A partir daí, passou a defender uma posição conciliatória em relação aos brancos, fato que o deixou isolado, sobretudo em relação ao islamismo.
No dia 21 de fevereiro de 1965, quando discursava no Harlem, Malcolm X foi assassinado com 13 tiros, ao lado de sua mulher Betty, que estava grávida, e de suas quatro filhas. A Polícia dos Estados Unidos não encontrou provas, mas sempre suspeitou da participação da "Nação Islã" no crime. As idéias de Malcolm X foram muito divulgadas principalmente nos anos 70, por movimentos como "Black Power" e "Panteras Negras". A vida do ativista norte-americano também ganhou documentários e filmes, sendo "Malcolm X", dirigido por Spike Lee, em 1992, o mais famoso.

Para ouvir algumas das idéias desse grande revolucionário, assista ao vídeo abaixo:

Por Robenilton Carneiro

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Antes de decretar a falência do Carnaval…

Texto de Hermes C. Fernandes postado: http://www.hermesfernandes.com/2012/02/antes-de-decretar-falencia-do-carnaval.html

Antes de decretar a falência do Carnaval… deveríamos, como cristãos que somos, trabalhar pelo fim da comercialização da fé, pois a mesma, além de entristecer o coração de Deus, compromete nosso testemunho perante o mundo. Como podemos julgar o mundo, se não somos capazes de julgar a nós mesmos?

Antes de decretar a falência do Carnaval… deveríamos julgar a nós mesmos, removendo de nossos rostos as máscaras da hipocrisia religiosa, expondo-nos, assim, à verdadeira transformação empreendida pelo Espírito Santo. Afinal, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. Liberdade, sim. Não pra pecar. Mas pra ser transformado sem viver sob pressão de quem quer que seja. Liberdade de ser quem somos, sabendo que ninguém nos condenará. O Espírito só opera em nós quando temos o rosto descoberto…

Antes de decretar a falência do Carnaval… deveríamos tirar o chapéu para o trabalho social desempenhado por algumas escolas de samba em suas comunidades. Não fosse nosso corporativismo evangélico, poderíamos até aliar-nos a elas nesse esplêndido trabalho. O que não significa que endossemos tudo quanto é promovido por elas. Porém, não se pode jogar fora a criança com a água suja do banho.

Antes de decretar a falência do Carnaval... deveríamos corar de vergonha ante o nível de excelência alcançado nas apresentações das escolas, com samba-enredos bem elaborados, carros alegóricos exuberantes, organização impecável, etc. Enquanto nós, que nos achamos no direito de apontar-lhes o dedo, nos acomodamos à mediocridade. Basta ouvir as canções de louvor atuais para perceber a pobreza lírica e melódica, fruto de nossa preguiça e desleixo. Sem contar que nossa arte ‘gospel’ fica restrita à música, como se Deus tivesse alguma coisa contra outras expressões artísticas.

Antes de decretar a falência do Carnaval… deveríamos amar os foliões, compreendendo que aquela alegria ilusória é tudo o que eles possuem. Em vez de condená-los, que tal se compartilhássemos com eles a nossa alegria perene? Eles certamente perderiam qualquer interesse por algo que fosse menos que isso.  A maneira como nos referimos a eles e à sua festa, faz com que sejamos vistos como gente estraga-prazer. Duvido que no lugar de Jesus nos dispuséssemos a transformar água em vinho só pra que a festa não terminasse tão cedo.  Talvez entendêssemos melhor o que diz Provérbios 31:6-7, mas sem perder de vista o seu contexto imediato.

Antes de decretar a falência do Carnaval... decretemos a falência da nossa arrogância, de nossa presunção, de nossa religiosidade midiática, e de nosso egoísmo. Que prevaleça o amor, a humildade e o serviço ao nosso semelhante, mesmo quando este estiver atrás de uma fantasia, ou despudoradamente despido.

Por Robenilton Carneiro

Filmes que Assisti em 2012: Mississipi em Chamas

O resumo  abaixo foi retirado do site: http://www.interfilmes.com/filme_13924_mississipi.em.chamas.html

Estrelado por Gene Hackman, vencedor de dois prêmios Oscar®, e por Willem Dafoe, indicado ao Oscar®, Mississipi em Chamas "classifica-se como um dos retratos mais poderosos e pungentes sobre conflitos raciais jamais produzidos" (Variety). Indicado a seis prêmios Oscar®, e vencedor na categoria Melhor Fotografia, este filme de alta carga emocional "capta vividamente um capítulo crucial da História dos Estados Unidos" (Time)! Três ativistas que defendem direitos civis dirigem por uma desolada estrada, quando inquietantes faróis se aproximam rapidamente. Tentando acalmar um ao outro, eles não tinham como saber que em alguns minutos desapareceriam na noite e seriam motivo de uma das mais explosivas investigações de assassinato da História. Surgem o ultracorreto Ward (Dafoe) e o aparentemente tolerante Anderson (Hackman). Será que estes dois agentes do FBI, tão filosoficamente opostos, podem superar suas diferenças e desvendar os apavorantes segredos de uma comunidade dominada pela Ku Klux Klan, antes que a cidade seja dominada pelo racismo?

Informações Técnicas
Título no Brasil:  Mississippi em Chamas
Título Original:  Mississippi Burning
País de Origem:  EUA
Gênero:  Drama
Tempo de Duração: 128 minutos
Ano de Lançamento:  1988
Site Oficial:
Estúdio/Distrib.:  Fox Home Entertainment
Direção: Alan Parker

Por Robenilton Carneiro

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Acidente envolvendo Um chevete e um condutor de bicicleta próximo ao Parque de Exposição

Momento de atendimento
Um acidente envolvendo um condutor de bicicleta e um chevete de cor vermelha ocorreu na noite deste sábado por volta das 20:00 horas no entrocamento que dá acesso ao Parque de Exposiçaõ de Conceição do Coité e também dá acesso ao povoado da Goiabeira.
Informações colhida no local, dão conta de que o condutor da bicicleta foi atingido pelo veículo Chevete, que não tinha sinalizado que entraria em direção ao Parque. O senhor que conduzia a bicicleta ficou bastante machucado. Um parente do mesmo, de dados ignorados,que seguia para Conceição do Coité  disse que o apelido do mesmo seria Janga, e que ele reside no Povoado do Serrote.
O condutor do chevete, também de dados ignorados,  fugiu sem prestar socorro, em direção ao Povoado de Goiabeira.
A brigada voluntária Anjos da vida chegou ao local em seguida e prestaram os primeiros socorros, encaminhando a vítima para o Hospital Regional.
atendimento rápido
Os voluntários trabalhando
Fotos e reportagem Robenilton Carneiro
Por Robenilton Carneiro

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Apesar da decepção com o Direito, não vou pedir pra sair!

Texto de Gerivaldo Alves Neiva, publicado em seu bolg: http://www.gerivaldoneiva.com/2012/02/apesar-da-decepcao-com-o-direito-nao.html#.TzwI9dchuZY.twitter

OBS: Faço minhas as palavras do Excelentíssimo Juiz Gerivaldo, só acrescentaria a decepção com o Direito e a Política.

Depois de mais de 20 anos de magistratura, uma das maiores decepções que já sofri com o Direito foi o despejo dos moradores do bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP). Não quero discutir aqui, embora entenda de fundamental importância para compreender minha decepção, acerca do que seja ou a quem serve o Direito, posto que temos um caso concreto e uma decisão judicial, baseada na lei, determinando o despejo de milhares de pessoas e destruição de suas casas. Sendo assim, estamos falando deste Direito posto e estabelecido com sendo uma ciência normativa e mantenedora da ordem social. Da mesma forma, estamos falando deste Direito ensinado nas faculdades e exercido pelos profissionais da área jurídica como sendo o conjunto das leis vigentes e que, de sua vez, tornam-se válidas pelo simples fato de serem leis.

Não estou propondo outro Direito ou novas leis, mas apenas defendendo que outra decisão, também legal e dentro da mesma ordem jurídica vigente, poderia ter sido adotada no caso Pinheirinho. Contudo, através de um ato do Poder Judiciário, o Direito posto serviu de fundamento para que fossem despejados milhares de moradores, pobres e desamparados pelo Estado, e destruídas suas casas.

Também por esses dias, sofri outra grande decepção com a ação do judiciário e dos governos da Bahia e do Rio de Janeiro com relação a greve de bombeiros e policiais militares. Lideranças tiveram as prisões decretadas pelo judiciário e os governos usaram de todos os  meios, até de legalidade questionável, para desmantelarem o movimento e a organização dos policiais e bombeiros. Sob o argumento da manutenção da lei e da ordem, governos ditos democráticos agiram como nos tempos mais sombrios da ditadura militar. Tudo isto, no entanto, respaldado e referendado pelo poder judiciário e em nome da Lei e do Direito. Nem quero nem falar do triste papel da imprensa nestes episódios...

Agora, mesmo depois de oficialmente encerradas as paralizações, soldados que até ontem eram garantidores da mesma lei e da mesma ordem, continuam sendo caçados como se tivessem praticado os crimes mais hediondos. Ora, se tiveram decretos de  prisão fundados na garantia da lei e da ordem, por que continuam subsistindo tais mandados com o fim do movimento?

Por fim, para completar minha tristeza, foi um grande golpe ouvir governantes (federal e estadual) declararem que não concederiam a anistia aos grevistas ou que não tomariam esta ou aquela atitude, como se fossem os donos da anistia, da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal.

Apesar de tudo, continuo sendo Juiz de Direito e não vou “pedir prá sair” como faziam os candidatos ao Bope no filme “Tropa de Elite” diante das adversidades. Quero continuar sendo Juiz de Direito para continuar afirmando que, por exemplo, com fundamento na mesma ordem constitucional utilizada em outras decisões judiciais, um Juiz poderia negar o pedido de despejo dos moradores do Pinheirinho e deixar de decretar a prisão de policiais militares e bombeiros por motivação política ou para atender o interesse do governador do Estado. Por fim, para continuar afirmando que anistia e outras garantias fundamentais previstas na nossa Constituição são conquistas históricas da humanidade, dos rebeldes e revolucionários, e não pertence à vontade do Juiz e nem do governante da vez, tenha sido ou não ele mesmo anistiado um dia.

* Juiz de Direito (Ba), membro da Associação Juízes para a Democracia

Por Robenilton Carneiro

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Filmes que Assisti em 2012: Quanto Vale ou é Por Quilo?

Texto copiado do site: http://www.interfilmes.com/filme_15155_quanto.vale.ou.e.por.quilo..html

Sinopse

Adaptação livre do diretor Sérgio Bianchi para o conto "Pai contra Mãe", de Machado de Assis, Quanto Vale ou É Por Quilo? desenha um painel de duas épocas aparentemente distintas, mas, no fundo, semelhantes na manutenção de uma perversa dinâmica sócio-econômica, embalada pela corrupção impune, pela violência e pelas enormes diferenças sociais. No século XVIII, época da escravidão explícita, os capitães do mato caçavam negros para vendê-los aos senhores de terra com um único objetivo: o lucro. Nos dias atuais, o chamado Terceiro Setor explora a miséria, preenchendo a ausência do Estado em atividades assistenciais, que na verdade também são fontes de muito lucro. Com humor afinado e um elenco poucas vezes reunido pelo cinema nacional, Quanto Vale ou É Por Quilo? mostra que o tempo passa e nada muda. O Brasil é um país em permanente crise de valores.

 

Informações Técnicas
Título no Brasil:  Quanto Vale Ou É Por Quilo?
Título Original:  Quanto Vale Ou É Por Quilo?
País de Origem:  Brasil
Gênero:  Drama
Classificação etária: 14 anos
Tempo de Duração: 108 minutos
Ano de Lançamento:  2005
Site Oficial:  http://www.quantovaleoueporquilo.com.br
Estúdio/Distrib.:  Versátil
Direção: Sergio Bianchi

Por Robenilton Carneiro

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Livros que li em 2012: A Vida Quer é Coragem: A trajetória de Dilma Rousseff, a primeira presidenta do Brasil

Confesso que quando Lula, ainda em 2009, sinalizava que a candidata a sua sucessão presidencial seria Dilma Rousseff, não tive muita simpatia pela escolha, sobretudo por que imaginava que Marina Silva deveria ser a escolhida do PT e do Presidente Lula para as eleições 2010, acima de tudo por que Marina tem uma história de vida tão humilde e sofrida quanto a de Lula, além de uma sabedoria incomum. Já Dilma era  uma excelente ministra, mas sem experiencia em corridas eleitorais.

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Durante a Campanha presidencial de 2010 e durante  seu primeiro ano como Presidenta (2011), minha visão foi mudando radicalmente. Percebia, ainda na campanha que a mulher era muito preparada, e tinha ajudado Lula nos dois mandatos, principalmente o segundo, e era uma gestora que cobrava dos gabinetes a execução das obras.

Agora, depois da leitura do Livro A Vida quer é coragem: a trajetória de Dilma Rousseff- A primeira presidenta do Brasil, do jornalista Ricardo Batista Amaral, minha admiração cresceu significativamente.

Escrito por um ex-acessor de imprensa da própria Dilma enquanto era candidata, o livro conta em riquezas de detalhes alguns dos momentos mais marcantes da vida da Presidenta: a infância em Belo Horizonte, aonde se apaixonou por Literatura infanto juvenil; a adolescência no Colégio Estadual aonde mergulha na cultura política da época, incluindo bons filmes que assistia praticamente todos os dias; nas organizações clandestinas (Polop, Colina, VAR-Palmares); na tortura que sofreu enquanto estava presa no Presídio Tiradentes por quase três anos, entre outros detalhes.

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Sobre o período da Ditadura, o livro revelou uma foto (veja abaixo) que foi motivo de muitos comentários na internet e nos meio políticos. Na foto é possível ver Dilma  sendo interrogada por auditores na sala da Auditoria Militar no Rio de Janeiro. Na época ela tinha 22 anos. Interressante notar os militares escondendo o rosto para não ficar marcado na História.

Dilma, em Auditoria Militar 1970

Depois que saiu da cadeia Dilma tentar reerguer sua vida. Volta a estudar, se casa, luta pela anistia e redemocratização, se filia ao PDT de Brizola,  e se trona secretária de Energia, minas e Comunicação do Rio Grande do Sul. Enquanto o Brasil sofria o apagão, Dilma aumenta a oferta de energia em 46% no sul. 

Um dado interessante exposto no livro: Um estudo do TCU calculou em 45,2 bilhões de reais o prejuízo do apagão (60% na conta dos consumidores). Com esse dinheiro, seria possível erguer duas usinas do porte de Belo Monte, a maior obra do PAC, o programa que Dilma comandaria no governo Lula.

Com essa competência toda, Dilma é chamada por Lula para ser Ministra de Minas e Energia, e depois Ministra chefe sa Casa Civil.  Felizmente, com a crise do Mensalão, José Dirceu e Antonio Pallocci (que estava envolvido em outro escândalo de corrupção) não tinham mais condições para encarar uma corrida presidencial. Eles eram os nomes mais comentados para a sucessão de Lula. Foi assim que o nome de Dilma surge com força, principalmente na cabeça de Lula, pois nínguem mais apostava que ela seria candidata em 2010. Muito menos eleita a primeira presidenta da República federativa do Brasil.

O trecho do Jornalista Ricardo Kotscho em seu blog sobre o livro elucida ainda mais o que penso do livro:

Com tantos ingredientes dramáticos, Ricardo Amaral escapou da tentação de tratar sua personagem como heroína, retratando-a apenas como uma cidadã brasileira que teve um destino incomum, sem cair na pieguice ou na louvação, alternando as conquistas, os sofrimentos, os acertos e os erros na vida dela até chegar ao Palácio do Planalto.A perda do pai aos 15 anos, os amores e desamores na época da clandestinidade, a vida na prisão com outras mulheres torturadas que a reencontrariam na festa da posse no dia 1º de janeiro do ano passado, a luta contra o câncer no ínicio da campanha eleitoral, a “guerra santa” deflagrada por seu adversário no final do primeiro turno da campanha e que quase lhe custou a vitória, o triste papel da grande imprensa partidária, a sólida aliança política e afetiva com Lula, o primeiro presidente operário que elegeu na sua sucessão a primeira mulher _ está tudo lá neste brilhante livro-reportagem de quem testemunhou boa parte da recente história política do país.

(http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/?s=ricardo+batista+amaral)

O livro é, além de uma biografia política e uma painel da política brasileira dos últimos 30 anos, uma lição de vida de superação, de persistência, e de coragem, como o próprio título diz.

Pra quem gosta de política e de biografias é um prato cheio. Pra quem quer uma história de inspiração, também.

Por Robenilton Carneiro