Os Livros não Mudam o Mundo. Os Livros Mudam as Pessoas. As Pessoas Mudam o Mundo.

domingo, 6 de março de 2011

Jornalista fala Verdades sobre o Carnaval

 

Por Robenilton Carneiro

Historiador Robert Darnton fala das Revoltas árabes

Historiador da Revolução Francesa, Robert Darnton anda emocionado com as imagens e informações que chegam do Oriente Médio. "É o tipo de coisa que faz o seu peito apertar, traz lágrimas aos olhos e faz você pensar que a humanidade pode se regenerar."

O professor de Harvard vê neste 2011 ecos de 1789 e outros períodos revolucionários --na rebelião contra a tirania e na reafirmação do que chama de "possibilismo", espécie de explosão utópica que faz populações acreditarem que são capazes de mudar regimes que antes pareciam inamovíveis.

Testemunha da queda do Muro de Berlim, em 1989, Darnton adverte porém que é cedo para chamar os eventos atuais de revoluções. "Vamos demorar a saber se haverá uma mudança fundamental."

No livro "Ecos da Marselhesa", o historiador Eric Hobsbawm, que é marxista, diz que a Revolução Francesa plantou uma ideia mais ampla do que a luta de classes, a de que a ação dos povos pode mudar a história. O sr. concorda?
Completamente. Sou amigo de Hobsbawm e acho que ele está certo nisso. Mas a antiga fórmula marxista é que uma revolução é uma contradição entre as relações sociais de produção e as forças produtivas. E não vejo nada disso acontecendo hoje.
Temos em geral dois modelos que competem pela interpretação das revoluções: o marxista e o que vem de [o pensador francês Alexis de] Tocqueville, que tem muito apelo no Ocidente liberal. Sua ênfase é na centralização do poder em um só lugar, em geral a capital, na ideologia e na melhoria de condições econômicas como fator de aumento das expectativas, que então são frustradas.
Tenho procurado sinais desse modelo no Egito e em outros lugares. Não tenho a pretensão de ser um especialista na região, mas vejo lá três coisas que sobressaem.

O sr. comparou os "rumores públicos" da época da Revolução Francesa com as redes sociais virtuais de hoje...
Os analistas destacam o papel de Twitter, Facebook, câmeras digitais etc. Diria que é um pouco mais complicado. Além da existência crucial de novos meios, está o que chamo de força eletrizante de acontecimentos reais, que foram transmitidos e amplificados por eles, criando uma consciência, uma imaginação coletiva.
O movimento de 25 de Janeiro no Cairo foi isso. Não podemos simplesmente dizer que mídia moderna possibilitou a derrubada de regimes tirânicos. É o modo como a mídia é usada. O fato de esse rapaz, Wael Ghonim [diretor do Google], ter posto no Facebook a imagem dessa pobre vítima de violência policial [o jovem Khaled Said] é tão importante quanto a existência do Facebook. O que importa é a habilidade de encontrar símbolos que energizam a imaginação coletiva.

Podemos identificar uma revolução no momento em que ela acontece ou temos que esperar? No Oriente Médio, não está claro que tipos de regime surgirão.
A palavra revolução é usada para tudo e perde sua força. Fala-se em revolução nas técnicas do futebol, na moda. Mas se por revolução nos referimos à transformação de um sistema político pela violência, por rebeliões populares, temos que esperar. Vamos demorar a saber se haverá uma mudança fundamental ou não. Nos sentimos muito tocados pela bravura do povo egípcio, por exemplo, por sua audácia, e queremos chamar o que está acontecendo de revolução. Mas temos que esperar a poeira assentar e examinar todos os elementos que entraram na crise, na explosão e na reconstrução antes de poder determinar a profundidade desses eventos.

O sr. diz que a libertação da tirania é a reivindicação mestra nas rebeliões atuais. Um dado interessante é que mesmo os governantes que não eram herdeiros de dinastias monárquicas, como Mubarak ou o líbio Muammar Gaddafi, pretendiam transferir o poder aos filhos. Há um elemento de republicanismo também comum a 1789, não?
Certamente. Dinastias estavam sendo criadas por pessoas que no passado se disseram revolucionárias, mas ficaram no poder por tempo demais. Nesse sentido podemos dizer que as revoltas têm caráter republicano, palavra que tem conotações importantes. Fala-se em republicanismo cívico para evocar o ideal de comunidade e participação cidadã na vida coletiva de uma entidade política. Algo assim está acontecendo e aconteceu na Revolução Francesa, uma emoção republicana, um surto de consciência coletiva dirigido contra o alvo visto como tirânico.

Podemos identificar uma revolução no momento em que ela acontece ou temos que esperar? No Oriente Médio, não está claro que tipos de regime surgirão.
A palavra revolução é usada para tudo e perde sua força. Fala-se em revolução nas técnicas do futebol, na moda. Mas se por revolução nos referimos à transformação de um sistema político pela violência, por rebeliões populares, temos que esperar. Vamos demorar a saber se haverá uma mudança fundamental ou não. Nos sentimos muito tocados pela bravura do povo egípcio, por exemplo, por sua audácia, e queremos chamar o que está acontecendo de revolução. Mas temos que esperar a poeira assentar e examinar todos os elementos que entraram na crise, na explosão e na reconstrução antes de poder determinar a profundidade desses eventos.

Por que as revoluções são tão raras e tão difíceis de prever?
Não sei. Ninguém previu esta explosão agora. E eu estava em Berlim em 1989 quando o Muro caiu, no Instituto de Estudos Avançados, com especialistas de todo tipo, e ninguém tinha a mínima noção de que estava para acontecer o momento que poria fim à Guerra Fria.
Na verdade não entendemos as forças profundas da história. Eles entram em erupção subitamente e nos fazem repensar nossas categorias de entendimento. Por isso falo em "possibilismo". Nós historiadores que apenas medimos o preço dos grãos fracassamos em levar isso em consideração.

Há algo mais que o sr. gostaria de acrescentar?
Só que eu acho que [os acontecimentos no Oriente Médio] são comoventes demais, e inspiradores. É o tipo de coisa que faz o seu coração apertar, traz lágrimas aos olhos e faz você pensar que a humanidade pode se regenerar. Há essa enorme população de pessoas vivendo na pobreza, submetidas à tirania e à tortura, e elas tiveram a coragem de ir às ruas e derrubar regimes que monopolizavam o poder. É de tirar o fôlego. Eu só espero que isso não degenere em guerra civil e no restabelecimento de sistemas de interesses escusos e corrupção.

Para ler a entrevista completa acesse: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/884850-revoltas-arabes-ecoam-revolucao-francesa-diz-historiador.shtml

Por Robenilton Carneiro

sexta-feira, 4 de março de 2011

Piadas que encontro na Net (II)

AUMENTO SALARIAL

Eu, Pênis, solicito aumento de salário pelas seguintes razões:

* Faço esforço físico no cumprimento de minhas funções;
* Trabalho em grandes profundidades;
* Mergulho de cabeça em tudo que faço;
* Não descanso nos fins de semana ou feriados nacionais;
* Trabalho em ambiente extremamente úmido;
* Não recebo horas extras;
* Trabalho em ambiente sem iluminação e sem ventilação adequada;
* Trabalho sob altas temperaturas, sem climatização;
* Meu trabalho me expõe as doenças contagiosas;

RESPOSTA DA DIRETORIA (Feminina)

Sr. Pênis, após a revisão dos seus pedidos e considerando seus argumentos, a DIRETORIA REJEITOU seu pedido baseando-se nos seguintes fatos:

* Você não trabalha 8 horas ininterruptamente;
* Você dorme durante o expediente após curtos períodos de trabalho em visível demonstração de ‘corpo mole’;
* Você não segue sempre as ordens da gerência e costuma visitar outras
repartições;
* Não tem iniciativa. Precisa ser estimulado e pressionado para começar a trabalhar;
* Você deixa seu ambiente de trabalho bagunçado ao final do turno;
* Nem sempre você observa as normas de segurança de trabalho e abre mão de seu EPI – Equipamento de Proteção Individual. Ou seja, não veste a correta roupa protetora;
* Você se aposentará muito antes dos 65 anos;
* Você é incapaz de trabalhar dois turnos dobrados;
* Às vezes você abandona sua posição de trabalho antes de completar a tarefa;
* Ou passa mal e vomita ou simplesmente desmaia…
* E se tudo isso não bastasse, temos observado que você entra e sai do
seu local de trabalho carregando um saco de aparência suspeita.

Sem mais, atenciosamente,

Diretoria Feminina