Poema postado no site: http://www.hermesfernandes.com/2013/08/o-silencio-e-palavra-um-poema.html
 Um cálice de 'cale-se'
 O silêncio é tributo prestado àquilo que a alma encanta
 Se falo, ao céu expresso o que sinto
 Se calo, réu confesso, consinto
 Se falo, descrevo o que vejo
 Se calo, é pela paz que almejo
 Se falo, eu ancoro o desejo
 Se calo, num mar calmo velejo
 Se falo, demonstro traquejo,
 Se calo, de repente um lampejo
 Se falo, faço sempre gracejo
 Se calo, só desperto bocejo
 Se falo, enxurrada despejo
 Se calo, valorizo o gotejo
 Palavra é braçada.
 Silêncio, mergulho.
 Palavra é presente.
 Silêncio, embrulho.
 Palavra é porta.
 Silêncio, janela.
 Palavra conforta.
 Silêncio, anela.
 Palavra exorta.
 Silêncio, apela.
 Palavra distrai.
 Silêncio, revela.
 Palavra é tinta.
 Silêncio é tela.
 Palavra distingue.
 Silêncio, nivela.
 Palavras marcam.
 Silêncio, sequela.
 Palavra é palácio.
 Silêncio, capela.
 Palavra é barco.
 Silêncio, a vela.
 Palavras são partos.
 Silêncio, gestação.
 De palavras, fartos
 Por silêncio buscarão.
Antes de levantar nossas vozes
lembremo-nos que diante dos algozes
O Verbo Divino se calou
Por nós sorveu inteiro o cálice
Se vai orar, primeiro, cale-se
em reverência à sua dor e a eloquência do amor.
 Antes de levantar nossas vozes
lembremo-nos que diante dos algozes
O Verbo Divino se calou
Por nós sorveu inteiro o cálice
Se vai orar, primeiro, cale-se
em reverência à sua dor e a eloquência do amor.
Por Hermes C. Fernandes em 15/08/2013
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário